segunda-feira, 11 de julho de 2016

Mais de 50 animais silvestres estão disponíveis para adoção em Mato Grosso

Nos primeiros seis meses deste ano, cerca de 330 animais silvestres foram acolhidos pelo Centro de Triagem da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema). Destes, 185 foram soltos e 15 foram adotados por voluntários. Dos 133 animais que estão na unidade, 55 estão aptos para guarda provisória. A maioria dos bichos, segundo o órgão, foi vítima de atropelamento em estradas ou era mantida ilegalmente em propriedades privadas.
As aves correspondem a 75% dos bichos recebidos pelo centro de triagem, que funciona dentro do Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental, em Várzea Grande. Estão disponíveis para adoção papagaios, araras, maritaca de cabeça roxa, periquitos, falcões, gaviões, corujas, entre outras espécies.
“A gente concede a guarda de animal silvestre respaldado na Resolução 457 do Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente], que dá uma alternativa para os animais que não conseguem ser reintroduzidos na natureza novamente, seja por mutilação ou por amputação. A gente recebe muitos animais maltratados e, em determinados casos, o maltrato é tão intenso que eles não conseguem se reabilitar para serem reintroduzidos na natureza”, contou a coordenadora de Fauna da Sema, Danny Moraes.
Segundo a coordenadora, os bichos só são oferecidos para adoção quando não é possível encontrar outros centros de reabilitação ou instituições mantenedoras de animais.
Condições
A guarda provisória só pode ser concedida a moradores de Mato Grosso, que é a área de jurisdição da Sema. “Primeiro tem o trâmite processual. A pessoa entra com a solicitação aqui na Secretaria, tem os documentos básicos que a gente pede como cópia do RG, CPF, comprovante de residência, o requerimento padrão da Sema e a declaração de custas, explicando que a pessoa tem condições financeiras de manter o animal. Chegando aqui esse processo a gente faz a triagem”, explicou.
Após a triagem, os técnicos da Sema visitam as residências dos interessados e orientam os candidatos à adoção sobre as condições necessárias para abrigar o animal. Quem consegue a guarda provisória fica sujeito à fiscalização de vários órgãos ambientais. A adoção voluntária vale por dois anos, mas pode ser renovada.
Dúvidas sobre a guarda provisória de animais e Mato Grosso podem ser esclarecidas no telefone (65) 3613-7291 ou no email faunaepesca@sema.mt.gov.br .
Quem quiser fazer denúncias ou entregar animais silvestres pode ligar para a Sema ou para a Delegacia Especializada do Meio Ambiente no número (65) 3623-7681.

Exército é multado em R$ 40 mil por morte de onça em Manaus

A onça-pintada Juma foi exibida ao lado da Tocha Olímpica durante a passagem do símbolo por Manaus.  O animal foi abatido com um tiro de pistola no Centro de Instrução de Guerra na Selva ao tentar escapar do local Ivo Lima/Ministério do Esporte
A onça-pintada Juma foi exibida ao lado da Tocha Olímpica durante a passagem do símbolo por Manaus. O animal foi abatido com um tiro de pistola no Centro de Instrução de Guerra na Selva ao tentar escapar do local Ivo Lima/Ministério do Esporte
O Exército Brasileiro foi autuado e multado em R$ 40 mil pela morte da onça Juma, que foi exposta durante evento de passagem da tocha olímpica no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus. A sanção foi aplicada pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), que ficou responsável por apurar o ocorrido. No dia 20 de junho, o felino, um macho de 18 anos, escapou da coleira ao ser transportado para a jaula. Mesmo sob efeito de tranquilizantes, a onça avançou em um soldado que atirou no animal.
A multa foi aplicada a três órgãos do Exército. O Comando Militar da Amazônia deverá pagar R$ 5 mil por contribuir para a utilização de espécime da fauna silvestre nativa sem a autorização do órgão ambiental competente.
O CIGS também foi autuado em R$ 5 mil por utilizar o animal sem a devida autorização. O 1º Batalhão de Infantaria de Selva, que era responsável pela onça, deverá pagar R$ 30 mil por transportar e manter em cativeiro o felino sem autorização e por construir e fazer funcionar mantenedouro da fauna sem a licença do órgão ambiental.
“O Ipaam tenta cumprir sua função da forma mais eficiente possível. Evidentemente foi uma fatalidade, mas evidentemente havia um animal sem registro, por isso as demais providências foram tomadas. Nós cumprimos o nosso papel com relação à guarda e proteção de animais. A Gerência de Fauna tem essa responsabilidade”, declarou em nota, a diretora-presidente do instituto, Ana Aleixo.
O órgão ambiental amazonense informou que os autuados terão 20 dias para apresentar a defesa e, depois desse prazo, poderão recorrer ao instituto e ao Conselho Estadual de Meio Ambiente.
O Comando Militar da Amazônia e o CIGS foram procurados, mas até o fechamento desta reportagem não foram encontrados
O incidente
O relatório técnico, divulgado quinta-feira (07) pelo Ipaam, aponta que foram quatro tentativas de sedar o animal em fuga, mas apenas um dardo atingiu Juma. “O que ocorreu no incidente foi que um dos mosquetões, uma estrutura metálica que prendia a coleira, se soltou por apresentar uma falha. Neste momento ela escapou dos tratadores. Temos o laudo da necropsia que diz que foram dados os tiros na região frontal. Não foi que o animal fugiu e atiraram por trás. Ele [a onça] estava correndo na direção da pessoa que atirou”, esclareceu em nota o gerente de Fauna do Instituto, Marcelo Garcia.
O documento também será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF).

Postado por: Enrique de Mello Albuquerque